Estilhaça-me, Tahereh Mafi

Estilhaça-me conta a história de Juliette - uma garota nada normal. Desde criança, Juliette possui um dom peculiar e por conta disso não pode ser tocada e nem tocar em ninguém. Simples: seu toque é letal demais, podendo causar sofrimento e levar alguém à morte.
Aprisionada pelo Restabelecimento (um "grupo" organizado que chegou ao poder com grandes promessas de ajuda, visto as fragilidades que os seres humanos passavam na época), Juliette é entregue pela própria família a eles; e desde então mantem-se sozinha em uma cela. Somente após 264 dias de isolamento, ela tem uma companhia: um garoto. Seu nome? Adam. Juliette estranhamente sente recordar o rosto do garoto, mas sua mente está confusa demais para que tenha certeza de alguma coisa.
Após uma série de avaliações do Restabelecimento, a garota passa a não ser mais vista como um perigo à humanidade, mas sim uma arma que o Restabelecimento (nos comandos de Warner) pode usar para obter o poder de tudo e conter os rebeldes que vão contra o regime totalitário. Juliette terá que fazer escolhas. Escolhas essas que não serão tão fáceis assim de serem decididas e que poderão impactar diretamente não apenas a sua vida, mas o futuro de toda a humanidade.

Estilhaça-me é um daqueles livros que divide as opiniões das pessoas: uns amam e outros odeiam completamente. Lembro-me de que quando pensei iniciar minha leitura havia uma grande onda de elogios e resenhas positivas e, para não me influenciar tampouco criar grandes expectativas, resolvi esperar certo tempo para iniciar a leitura. E, bem, posso dizer que gostei bastante do livro. Mas há algumas questões que me fizeram titubear quanto a avaliação que fiz para ele, e você poderá entender o motivo no decorrer dessa resenha.


Um dos grandes diferenciais que esse livro despertou em mim é o modo como Juliette narra a história. O jeito como a história é contada pode fazer passar pela cabeça de muitos que Juliette é louca - Mas eu não a classificaria assim, mas sim um tanto quanto afetada e perturbada pelo cenário que reside. Há um contexto bem estruturado por detrás do modo como Juliette expressa seus pensamentos, sentimentos; afinal, além de estar isolada de todos e ser um tanto quanto diferente das outras pessoas, Juliette carrega um fardo de culpa, de arrependimentos, de tristezas e mágoas dentro de si. E talvez seja por isso que toda sua complexidade me encantou. E seu modo de falar palavras e riscá-las depois como uma forma de tentativa de repressão de algo que disse ou fez, foi uma jogada da autora que devo parabenizar.

A história classificada como distopia ou não, depende de seu ponto de vista, possui uma grande carga de romance... Mas é claro que teria minha gente! O romance é intenso, divertido, gostoso de se ler, porém, não senti uma estrutura que me fizesse acreditar nele. Ok, o garoto que forma um casal com Juliette (não vou falar o nome) tem um jeito que te encanta, que te prende, mas isso não é suficiente (pelo menos não foi para mim) para que eu acreditasse naquele amor - não foi algo construído, algo com uma base sólida de fato.

Os personagens são muito bem elaborados. Apesar de vermos como sempre em várias histórias um sendo a personificação da bondade e o outro, da maldade (e a autora ter repetido essa fórmula em seu livro), tal fato acaba criando um conflito envolvendo o próprio leitor quando este se pergunta: "A quem torcer? Qual dos dois eu de fato quero que se dê bem?". Houve um "tempero" interessante em relação às atitudes de ambos os personagens que acabou não me fazendo decidir qual é meu preferido - apesar de ter uma queda maior por um (Adam, of course). Os dois, com suas características distintas, incitam o leitor a não concordar com certas atitudes, mas balançar o coração (de certa forma) a ambos.

O final creio eu que foi a parte mais polêmica para as pessoas que leram o livro. Alguns odiaram loucamente, outros gostaram. Eu, particularmente, não gostei. Ok, acredito que o próximo livro poderá trazer grandes emoções e tudo o mais, e que também esse final abre um grande leque de possíveis acontecimentos que poderão sobrevir no caos que o mundo se tornou. Porém foi algo como: "Oh não, Tahereh Mafi, não faça isso. Por favor". Mas ela fez. E deixou um final um tanto quanto "sem gracinha" e de certa forma previsível.
Você pode estar pensando agora: 5 estrelas? Tem certeza? No momento sim. Apesar do final deixar um pouco a desejar, Estilhaça-me foi um livro que não consegui parar de ler. A história é de fato envolvente. Uma ótima pedida!

Definitivamente pretendo reler Estilhaça-me e estou ansiosa aguardando a continuação.

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10 comentários

  1. Oii!!
    Eu já li Estilhaça-me e confesso que não gostei muito, você gostou da narrativa da autora, já eu não conseguia me acostumar com aquela escrita repleta de sentimentalismo da Juliette. O final também não me agradou, eu esperava que terminasse de forma impactante, mas não foi o que aconteceu...
    Só o que me fez gostar do livro foi o Adam *suspiros*, achei muito linda a relação dele com a Juliette, a forma como ele sempre cuidou dela, ainda quando eles eram crianças. ^^
    Parabéns pela resenha, eu espero que o segundo volume seja beeemmm melhor!! :D
    Beeijos

    Elidiane - Leitura entre amigas

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  2. Eu gostei do romance fofurinha, mas realmente não é do tipo super cativante que deixa o nosso coração acelerado.
    Uma coisa que curti MUITO foi o fato da autora não ter iniciado um triângulo amoroso - estou correndo de triângulos amorosos. Sei que alguns torceram pelo Warner (juro que só consigo enxergar um psicopata que mata pessoas a seu bel prazer), mas, pelo menos nesse primeiro volume, a Tahereh não dá nenhum indício de que algo do tipo irá se desenrolar. Pelo contrário, a protagonista aparenta antipatizar tanto com o Waner quanto eu haha
    Faz muito tempo que li o livro e acho que o fato de ainda querer ler a continuação é um aspecto super a favor dele!
    Beijos!

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  3. O final é realmente um pouco forçado, à lá X-Men, mas eu até que gostei, viu? :)
    Eu adorei o Adam, ele é um fofo. Mas o Warner tem um QUÊ de ainda ter muita coisa embaixo daquela doença de querer ser o psicopata manda-chuva.
    Estou bem ansiosa pela continuação, e a história do livro não me sai da cabeça, apesar de fazer praticamente um ano que eu li Estilhaça-me. (:

    Um beijo,
    Luara - Estante Vertical

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  4. Eu li e gostei. Principalmente do lance do X-man, rsrs.

    Tá, sou meio bobona as vezes.

    Amei a resenhaaaaaaaaa. Linda!!

    Bjkassss

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  5. @Elidiane Ferreira - Leitura entre amigasRealmente, Adam é muito amor e influenciou bastante no meu gostar da história =]
    Também estou ansiosa quanto ao segundo livro *-*

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  6. @Eduarda Menezes É verdade!!! Há algumas cenas que realmente achei que a personagem fosse mudar de ideia, mas não. Veremos o que Tahereh vai fazer com o próximo volume rsrsrsr

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  7. @Luara CardosoImpossível esquecer esse livro né? Acho quase impossível não se lembrar de X-Men... haha
    Veremos o que a autora irá fazer na continuação...

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  8. @Alessandra Tapias rsrsrsrs Olha só!! Você foi uma das que gostaram =]
    Eu não curti muito, mas isso não quer dizer que a continuação não possa me provar que isso seja um fato legal na história e que estou errada =] Quem sabe acabo mudando de ideia né? srsrsr

    Beijinhos

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  9. Preciso desse livro para ontem, tipo U R G E N T E !!!

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  10. Eu tenho esse livro! É muito bom, recomendo ♥ amei a resenha, flor =)

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